O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL/AM) defende que a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara realize uma visita técnica ao município de Humaitá, no sul do Amazonas. O objetivo é verificar os impactos da operação da Polícia Federal supostamente direcionada para combater o garimpo ilegal, mas que acabou classificada como desproporcional e que deixou sequelas sociais e econômicas entre os moradores. Na semana passada, a PF, com apoio da Força Nacional e de outros órgãos federais, promoveu uma ofensiva em Humaitá sob o argumento de combate ao garimpo ilegal e ao narcotráfico. A ação, entretanto, foi marcada pelo uso intenso de aparato bélico: explosivos, gás lacrimogêneo e balas de borracha. A estratégia espalhou medo entre a população e gerou críticas sobre os métodos empregados. “Essa operação causou inúmeros prejuízos para a população local, levantando sérias dúvidas sobre a real finalidade, proporcionalidade e transparência dessa ação truculenta da PF, autorizada pelo governo Lula”, declarou o deputado Capitão Alberto Neto. Relatos de moradores Testemunhas afirmam que a ofensiva ocorreu em áreas próximas a onde circulavam famílias, intensificando o pânico. O cenário, segundo moradores, remeteu a um “campo de guerra”. Houve explosões, fumaça e barulho incessante, que provocaram noites sem sono e uma sensação permanente de insegurança. Além do trauma, os efeitos práticos foram imediatos: embarcações destruídas, suspensão de atividades econômicas, famílias privadas de renda e crianças em choque emocional. A cidade ficou marcada por um clima de tensão e incerteza. Alberto Neto reconheceu a importância da repressão ao crime e da defesa ambiental, mas ressaltou: “Uma missão não pode se converter em espetáculo de destruição ou intimidação contra cidadãos, que acabam sendo tratados como inimigos em seu próprio território”. Para o deputado, o uso de força excessiva fragiliza as instituições em vez de fortalecê-las. Ele afirmou que a resposta ao garimpo ilegal e ao crime organizado deve ser firme, mas também inteligente e responsável. “O uso de força desproporcional não fortalece as instituições. Ao contrário, abala a confiança da população e agrava a tensão social. O combate ao garimpo ilegal e ao crime organizado deve ser firme e inteligente, mas também responsável. A diligência in loco vai permitir verificar os danos causados, ouvir os moradores, avaliar as condições em que a ação foi conduzida e apurar se houve abusos”, concluiu.