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Audiência pública debate avanço das facções no Amazonas e cobra integração efetiva entre forças de segurança

Audiencia publica Rota do Crime CMM Portal Fred Novaes

A Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal de Manaus realizou, nesta sexta-feira (12), a audiência pública “A Rota do Crime: Quem manda no Amazonas? O Estado ou as Facções?”, presidida pelo vereador Coronel Rosses (PL).

Durante a audiência, foram destacados o uso estratégico dos rios amazônicos, como Solimões, Negro, Juruá e Madeira para o tráfico de drogas, armas, ouro e outros ilícitos, além das fragilidades institucionais que favorecem a atuação das facções. Especialistas enfatizaram que a proteção das rotas fluviais e das fronteiras exige presença permanente do Estado, inteligência integrada e tecnologia, com atuação conjunta entre forças estaduais, federais e órgãos de controle.

Experiências do Rio de Janeiro, como operações integradas de alta complexidade e planejamento logístico robusto, foram apresentadas como referência. Os participantes também chamaram atenção para a interiorização da violência, a tentativa de substituição do Estado por “justiças paralelas” e a consolidação de economias ilegais que impõem regras e taxas à população.

Outro ponto central foi o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do crime. Especialistas defenderam que “seguir o dinheiro” é essencial para descapitalizar organizações criminosas, com foco em setores vulneráveis e na necessidade de rastreabilidade de ativos como o ouro. Sem atacar o fluxo financeiro, ressaltaram, a repressão armada isolada não desestrutura as facções.

A audiência ainda discutiu a necessidade de fortalecer a formação policial, investir em equipamentos modernos, ampliar a inteligência financeira e aprimorar a integração entre Polícia Federal, polícias estaduais, Ministério Público, Judiciário e Guardas Municipais. Foram citados resultados operacionais recentes no Amazonas, com recordes de apreensões de drogas e armas, mas também a rapidez de reposição do arsenal criminoso, o que demanda estratégias interestaduais e internacionais.

A audiência pública contou com a participação de autoridades nacionais e estaduais da área de segurança pública, parlamentares e representantes institucionais. Compuseram o debate especialistas de referência como o tenente-coronel Marcelo Corbage, comandante do BOPE da PM do Rio de Janeiro; o coronel Uirá do Nascimento Ferreira, subsecretário de Inteligência da PMERJ; o major Rafael Paulino, também do BOPE/PMERJ; e o ex-delegado da Polícia Federal Honazi Farias, especialista em crimes complexos e lavagem de dinheiro, além do subcomandante da PM do Amazonas, Cel. Thiago Balbi e do Membro do GAECO do MPAM, Iranilson Ribeiro.

O evento foi presidido pelo vereador Coronel Rosses, presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal de Manaus, e contou ainda com a presença da professora Maria do Carmo, reitora universitária e pré-candidata ao Governo do Amazonas, além do presidente do PL Amazonas, Alfredo Nascimento, parlamentares, membros do sistema de justiça, representantes das forças policiais, estudantes universitários e sociedade civil organizada

“Essa oportunidade aqui é inédita! Uma Audiência Pública para discutir o assunto e buscar alternativas. O problema foi apresentado por quem está na linha de frente, por quem realmente vive o desafio de estar na mira de bandidos inescrupulosos. Nossa gente precisa ser ouvida, e o poder público precisa responder com políticas corajosas e práticas audaciosas, com tecnologia e vontade política. Quantos jovens eu vi entrar para o tráfico. Quantos policiais que colocam a vida em risco e, infelizmente, às vezes, tombam por causa de bandido, de facção. A lei é uma mãe. A gente prende e a Justiça solta”, disse Rosses.

Posicionamentos políticos e institucionais

Pré-candidata ao Governo do Amazonas e reitora universitária, a Professora Maria do Carmo (PL) parabenizou a iniciativa e afirmou que está aberta a receber propostas que possam contribuir para seu futuro plano de governo.

“Daqui, certamente, sairão ótimas soluções e me coloco à disposição para reforçar as medidas viáveis em nossos projetos. A gente precisa mudar essa triste realidade do nosso Estado, que estampa os piores índices de violência. Sabemos da necessidade de maiores investimentos para fortalecer nossas polícias e, principalmente, combater o narcotráfico. Mas sem compromisso político real, nada será possível”, afirmou.

Maria do Carmo também defendeu maior integração entre os poderes e cobrou medidas mais duras da Justiça.

“Não se pode ter benevolência com criminosos. Bandido precisa ser punido com o rigor da justiça”, disse, ao relatar experiência pessoal de insegurança. Em 2011, seu esposo, Wellington Lins, foi vítima de sequestro; o mentor do crime, um menor à época, após ser solto, matou outras duas pessoas.

Na audiência, o presidente do PL Amazonas, Alfredo Nascimento, anunciou que o vereador Coronel Rosses assumirá um novo papel dentro da legenda, à frente do PL Defesa, espaço destinado a aprofundar debates e propostas sobre segurança pública no âmbito partidário.

“Eu recebo essa missão com senso de responsabilidade e com absoluta consciência do momento sensível que o Amazonas vive. Hoje, o debate não é eleitoral, é estrutural. Estamos diante da expansão das facções criminosas, que deixaram de ser apenas organizações ligadas ao tráfico para se tornarem verdadeiras estruturas de poder paralelo, ocupando territórios, impondo regras e tentando substituir o Estado. Quando uma liderança como Alfredo Nascimento confirma sua pré-candidatura e assume um papel estratégico no PL Defesa, isso precisa vir acompanhado de compromisso real com uma agenda firme de enfrentamento ao crime organizado. Não se trata de discurso, mas de ação coordenada”, honrarei mais esse desafio.

Encaminhamentos

Ao final, a Comissão de Segurança Pública consolidou recomendações técnicas a serem encaminhadas aos órgãos competentes, reforçando a urgência de governança, compliance, integração interagências, comunicação institucional transparente e políticas públicas capazes de disputar serviços e territórios hoje dominados pelo crime organizado.

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