
O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) protocolou no Tribunal de Contas da União (TCU) uma denúncia formal solicitando auditoria e controle externo sobre a operação de crédito de R$ 20 bilhões articulada pelo governo federal para socorrer financeiramente a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). O empréstimo, que contaria com garantia do Tesouro Nacional, envolveria o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e instituições privadas.
De acordo com o parlamentar, o socorro bilionário — dividido em R$ 10 bilhões para 2025 e R$ 10 bilhões para 2026 — pode representar risco de lesão ao erário, violação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e falta de transparência na condução de operações de crédito que impactam diretamente as contas públicas.
“É preciso garantir que nenhuma operação dessa magnitude ocorra à revelia da lei e sem o devido controle. O Tesouro Nacional não pode assumir garantias bilionárias sem clareza técnica e sem autorização adequada do Congresso. Estamos falando de dinheiro público e de responsabilidade fiscal”, afirmou Capitão Alberto Neto.
Leia Mais
Alberto Neto aparece em empate técnico com Omar Aziz na disputa pelo governo do Amazonas
”Vitória do trabalhador”, diz Capitão Alberto Neto sobre isenção do IR
Riscos e ilegalidades apontados
No documento encaminhado ao presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, o deputado elenca uma série de pontos que devem ser investigados:
• Compatibilidade com os limites da LRF, incluindo despesa com pessoal, endividamento e renúncia de receita;
• Adequação ao novo arcabouço fiscal, que impõe limites e gatilhos para controle de gastos;
• Legalidade da concessão de garantias da União, que pode expor o Tesouro a riscos de calote;
• Transparência dos termos contratuais, taxas de juros, prazos, cláusulas restritivas e participação de bancos públicos;
• Ausência de consulta ao Congresso Nacional sobre operação que pode comprometer o equilíbrio fiscal do país.
Pedidos ao TCU
Entre os pedidos, o parlamentar solicita:
1. Abertura de auditoria para apurar legalidade, legitimidade e economicidade da operação;
2. Adoção de medidas cautelares, caso haja risco de prejuízo ao erário;
3. Responsabilização de agentes públicos por eventuais irregularidades;
4. Relatório ao Congresso Nacional sobre o caso;
5. Publicação integral dos documentos da operação, incluindo contratos e estudos de impacto fiscal.
Controle e transparência
Segundo Capitão Alberto Neto, a medida busca impedir que o governo realize operações bilionárias sem respaldo técnico e sem transparência, sobretudo em estatais com histórico de prejuízos.
“Os Correios são uma empresa pública estratégica, mas qualquer ajuda deve respeitar os princípios da legalidade, da moralidade e da responsabilidade fiscal. Não podemos permitir um novo rombo nas contas públicas”, completou o deputado.