O Amazonas amarga o título de pior score médio de crédito do Brasil, segundo o Mapa do Score divulgado pela Serasa. Com 490 pontos, o Estado está abaixo da média da região Norte (509) e distante do índice nacional (548), ocupando a última posição no ranking dos Estados brasileiros. O dado evidencia um cenário preocupante de inadimplência e fragilidade financeira entre os consumidores amazonenses.
A nova métrica da Serasa, lançada para oferecer uma radiografia semestral do comportamento de crédito dos brasileiros, mostra ainda que o Amazonas está acompanhado por outros dois estados nortistas no fim da lista: Amapá, com média de 497, e Tocantins, com 512. O levantamento considera variáveis como histórico de pagamentos, dívidas em aberto, tempo de relacionamento com o mercado de crédito, além de dados cadastrais e comportamento de busca por crédito.
A pontuação vai de 0 a 1.000, sendo que scores entre 501 e 700 são classificados como “bons”. Ou seja, o Amazonas sequer alcança esse patamar, ficando numa zona de risco para concessão de crédito. O resultado tem implicações diretas para o acesso ao consumo, à renegociação de dívidas e à tomada de empréstimos com juros mais acessíveis.
Os dados por faixa etária reforçam o problema: no Estado, jovens entre 18 e 25 anos registram média de apenas 443 pontos, enquanto o grupo de 26 a 30 anos marca 446. Mesmo nas faixas etárias mais maduras, que geralmente apresentam melhor comportamento financeiro, o Amazonas segue abaixo do ideal: a média entre pessoas acima dos 65 anos é de 544 pontos, ainda inferior à média nacional para essa faixa (609).
Segundo especialistas da Serasa, a baixa pontuação entre os mais jovens reflete o início de sua jornada no mercado de crédito e a falta de histórico positivo. Porém, no caso do Amazonas, a tendência se mantém mesmo entre faixas mais experientes, indicando uma cultura financeira fragilizada e, sobretudo, os efeitos da renda comprimida, informalidade alta e instabilidade no mercado de trabalho local.
Em um Estado com economia fortemente dependente do consumo e do crédito para movimentar o comércio, o recorde negativo acende um alerta. Reverter esse quadro exigirá mais do que educação financeira: é preciso fomentar oportunidades reais de geração de renda, formalização e inclusão produtiva.
O Mapa do Score será atualizado duas vezes ao ano e promete se tornar um termômetro fundamental para mapear a saúde financeira dos brasileiros. No caso do Amazonas, o diagnóstico é claro — e exige tratamento urgente.
“Esse indicador é de grande interesse para muitos brasileiros que, além de conhecer sua própria pontuação, buscam entender como ela se compara à média nacional e quais estratégias podem adotar para aumentá-la”, explica Wesley Brandão, especialista da Serasa.
De acordo com os dados mais recentes, coletados no primeiro trimestre de 2025, a média nacional do Score está em 548 pontos. Esse valor se enquadra na faixa “bom”, que abrange pontuações entre 501 e 700. “Isso indica que, em média, o consumidor brasileiro apresenta um perfil considerado positivo, com boas chances de cumprir seus compromissos financeiros nos próximos seis meses”, explica Wesley.
No Norte, a média do score está em 509 pontos. No Amazonas, entre a faixa etária de 18 a 25 anos a média do score é de 443 pontos. Já entre as pessoas de 26 a 30 anos a média é 446 pontos, de 31 a 40 anos, 486, de 41 a 50 anos, 504, 51 a 65 anos, 526, e acima dos 65 anos, 544.
“O modelo da pontuação valoriza os hábitos de pagamento e o histórico de relacionamento com o crédito do consumidor”, reforça Wesley. “Dessa forma, os jovens ainda estão no início da jornada de crédito, aprendendo a lidar com o primeiro cartão ou o primeiro empréstimo. Por sua vez, o consumidor na faixa dos 50 anos já tem mais experiência e, em sua maioria, conta com mais contratos concluídos, débitos quitados e mais interação em geral com o crédito”.